Estava há um tempo distante deste espaço, e do exercício da escrita, que me é tão caro, mas retorno agora com os ânimos renovados, e a inspiração transbordando entre os dedos. Por isso, caro leitor, espero que possa apreciar estas palavras, da mesma forma que tem sido um deleite, escreve-las a você.
Antes de te convidar para refletir, como sempre faço por aqui, gostaria de contar uma breve história, sobre uma "jovem senhora", que acordou em uma manhã para rememorar o quanto ama viver manhãs tranquilas.
Pelos deuses, eu havia me esquecido como amo viver essas manhãs tranquilas.
17 de dezembro de 2024, eram mais ou menos 5:40 da manhã, o sol já brilhava lá fora, a gata se empuleirava nas prateleiras, o que me fez despertar, o despertador ainda não havia tocado, bati os olhos no relógio, e decidi me levantar. Fiz um café, recolhi as roupas do varal, lavei a louça, e por um momento parei para relembrar o quanto eu amo viver essas manhãs tranquilas, ouvir e acalmar meu barulho interno, antes de precisar lidar com o caos, que geralmente começa no horário comercial. O barulho do mundo as vezes nos impede de ouvir o que realmente importa.
O café estava pronto, e enquanto ele fazia efeito, deixei a música que tocava no fone me guiar, e dancei despretensiosamente, como não fazia há muito tempo, pra acordar o corpo. Isso me lembrou mais uma vez, como amo viver essas manhãs tranquilas.
Parei para contemplar o céu, e enquanto me agradecia por lembrar do quanto amo viver essas manhãs tranquilas, deixei a sensação tomar conta do corpo, acalmar a mente, e ancorada neste precioso momento, senti o que deveria compartilhar um pouco do que vem transitando pelo meu mundo interno. Talvez, e assim o espero, você também possa encontrar uma forma de se lembrar o quanto ama viver suas manhãs tranquilas.
Até agora o título desta carta eletrônica, pode parecer não fazer muito sentido, mas chegaremos lá, continue comigo.
Ontem, assistindo aos memes sobre as retrospectivas de 2024, me preocupei ao perceber o quanto me identifiquei com certa parte da loucura coletiva, o que até certo ponto, é compreensível, são tempos sombrios... Mas como disse Dumbledore
"A felicidade pode ser encontrada mesmo nas horas mais difíceis, se a pessoa se lembrar de acender a luz"
Percebi que minha luz estava fraca, como uma lamparina cujo óleo está prestes a acabar. Precisava reacendê-la.
Eu amo o silêncio, um bom livro, uma xícara de café, amo estar comigo, e com os meus devaneios, amo a magia que eu costumava ver no mundo, pelos deuses, eu quase me esqueci de como amo viver essas manhãs tranquilas... O combustível da minha lamparina vem desses pequenos momentos, em que a vida pode ser silêncio, presença, e um pouco de magia.
“Pelos deuses, eu quase me esqueci de como amo viver essas manhãs tranquilas”
Enquanto escrevo, vou me dando conta de que então é natal, e eu fiz o que pude. Parafraseando Cortella, da melhor forma que pude, até ter condições de fazer melhor ainda.
Este ano não foi dos mais fáceis, acredito que não tenha sido para você também, e nessa época do ano, a maioria de nós começa a pensar que “ano que vem, vai ser melhor”, e em meados de março, quando o ano de fato começa (depois do carnaval), suas resoluções de ano novo, já foram por água abaixo, e tudo aquilo que prometemos deixar no ano anterior ainda pesa sobre nossos ombros. Mas no final das contas, o que fizemos para que esse peso se tornasse mais leve? Esperança é uma palavra vazia, se não curarmos antigas dores.
Decidi não fazer mais promessas de ano novo a partir deste, afinal, os dez quilos que sempre queremos perder na academia podem não ser o real problema, o prêmio da mega da virada só iria preencher a conta no banco, e por aí vai.
Decidi, não começar ano que vem, mas a partir de agora, viver mais manhãs tranquilas, ouvir mais o que meu corpo diz, apreciar mais o céu, cuidar mais do meu coração, olhar para as partes de mim que foram negligenciadas em detrimento do que o mundo lá fora demanda. Não que eu vá me tornar uma ermitã. apesar do desejo de largar tudo e viver em uma cabaninha na floresta, olhar a vida e o mundo tal como são é essencial, mas nosso mundo interno é tão importante quanto.
Por isso não farei promessas, a partir deste momento, desejo apenas me lembrar de que amo viver manhãs tranquilas, e honrar a promessa que me fiz há algum tempo, de simplesmente fazer esta vida valer a pena.
Até agora, fiz o que pude, no balanço, apesar de não ter sido tanto, o saldo ainda é positivo, e valeu a pena, só de poder me lembrar, o quanto eu amo viver essas manhãs tranquilas.
Hoje meu convite a reflexão é simples, sem exercícios, e sem ciência envolvida, hoje, eu só gostaria que você fizesse uma pausa, para se lembrar, quais são as manhãs tranquilas que você ama viver?